sábado, 21 de junho de 2014

ESQUISTOSSOMOSE


ESQUISTOSSOMOSE

A esquistossomose é uma doença parasitária provocada pelo Schistosoma mansoni, um verme que, antes de se hospedar no organismo humano definitivamente, precisa de caramujos para completar seu ciclo de vida.
Uma vez desenvolvidas, as larvas desses parasitas penetram na pele do homem e se alojam nas veias do intestino e do fígado, podendo causar uma infecção crônica inicialmente silenciosa e lenta, mas com risco de graves complicações, a exemplo da cirrose hepática.

Apesar disso, a infecção é de fácil tratamento quando corretamente identificada.
Existem cerca de 80 paises considerados como regiões endêmicas de esquistossomose, todos eles com carência de saneamento básico, onde há cerca de 200 milhões de infectados.
O Brasil lamentavelmente está entre eles, com uma estimativa de 12 milhões de portadores do Schistosoma mansoni, os quais se distribuem nos Estados de Minas Gerais, Pernambuco, Bahia, Paraíba, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe e Espírito Santo.

PRINCIPAIS SINTOMAS DA ESQUISTOSSOMOSE:


Na fase aguda da infecção, os sintomas surgem subitamente após a terceira ou quarta semana da contaminação.
As manifestações incluem coceiras e lesões de pele, do tipo urticária.
Dependendo da sensibilidade pessoal e do número de vermes, a pessoa pode apresentar ainda febre, calafrios, dor de cabeça, dores pelo corpo, falta de apetite, tosse seca, diarréia, enjôos, vômitos, dores abdominais, aumento dos gânglios – as populares ínguas – e perda de peso.

Esses sintomas desaparecem em algumas semanas, razão pela qual podem ser confundidos com os de uma virose.
Sem tratamento adequado, a infecção evolui para sua fase crônica silenciosamente ou com episódios de diarréia alternados com prisão de ventre, além de fadiga e cólicas abdominais.

As manifestações clínicas da fase crônica coincidem com a eliminação de ovos do parasita.

À medida que a infecção se agrava, as manifestações ficam mais severas, incluindo vômitos com sangue, aumento das dimensões do baço e do fígado e acúmulo anormal de líquido no abdome, a ascite, popularmente conhecida como barriga d’água.

DIAGNÓSTICO DA ESQUISTOSSOMOSE:

O Schistosoma mansoni é transmitido ao ser humano pelo contato externo com água contaminada com larvas de caramujos do gênero Biomphalaria, encontrados em rios, lagos, represas, riachos, valetas, poços, brejos, água de irrigação e água de enxurrada das chuvas – eles só não gostam de correnteza.

Mas é importante frisar que o processo todo começa por falta de condições adequadas de esgoto e saneamento básico, visto que os ovos do parasita são liberados pelas fezes humanas contendo o verme.
Ou seja, a pessoa infectada defeca na beira de um lago, liberando ovos do parasita nas fezes. Uma vez na água, esses ovos dão origem a larvas que, primeiramente, habitam os caramujos para completar seu ciclo de vida.
Quando adultas, elas voltam para a água e procuram seu hospedeiro definitivo – o homem –, no qual entram pela pele. Tanto é assim que, cerca de 24 horas após a contaminação, pode haver uma reação alérgica no local da penetração do agente, com coceira e vermelhidão. Os sintomas geralmente se manifestam apenas de quatro a oito semanas depois do ingresso do parasita no organismo.

O diagnóstico da esquistossomose combina a avaliação física, o conjunto de sintomas e, sobretudo, a história do indivíduo.
Muitas vezes, o que faz o médico suspeitar da doença na fase aguda é mesmo o relato do contato com água em áreas endêmicas.

A confirmação da parasitose, porém, exige a realização de algum exame laboratorial. Os mais adequados para essa finalidade incluem a análise de fezes para a pesquisa de ovos do Schistosoma mansoni, a investigação de anticorpos contra o parasita no sangue do indivíduo e a biópsia retal, ou seja, a coleta de fragmento de tecido do reto para busca dos ovos do agente infeccioso.
O uso de cada um desses métodos depende da quantidade de vermes no organismo e da fase da infecção.

TRATAMENTO DA ESQUISTOSSOMOSE:

A esquistossomose costuma ser tratada com antiparasitários, ou seja, com substâncias que combatem o Schistosoma mansoni. Existem três grupos desses medicamentos, mas o mais usado é o praziquantel, com administração por via oral, na maior parte das vezes durante apenas um dia. Na infecção crônica, a ação contra o agente não muda, porém as complicações precisam de abordagem terapêutica específica.

PREVENÇÃO DA ESQUISTOSSOMOSE:

A prevenção da esquistossomose exige programas mais amplos de saúde pública, com melhor identificação e tratamento dos portadores, ampliação da rede de esgoto e tratamento de águas, aplicação de medidas de combate aos caramujos, sem os quais o parasita não se desenvolve, e, sobretudo, estratégias de educação sanitária.

Contudo, ninguém precisa esperar que as autoridades dêem o primeiro passo. Na prática, é importante evitar o contato com água represada ou de enxurrada, protegendo-se adequadamente com botas e luvas de borracha.
Locais infestados por caramujos podem receber medidas simples de controle dessas espécies, a exemplo de pequenas mudanças ambientais para acabar com águas paradas, como drenagens e aterramentos, da introdução de animais que se alimentam destes moluscos e do uso de moluscocidas.


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